Escultura em pedra
Falar de pedra é falar de tempo, de evolução, de perpetuação – de tudo o que aconteceu. Como tal, acredito que a pedra é um dos poucos meios artísticos naturais que tem poder por si só, que é completo, um todo, e por isso não deve ser usado apenas como um meio para comunicar um fim.
No meu processo de trabalho, a escolha da pedra é o primeiro e mais importante momento. A partir disso consigo estabelecer diálogos e relações entre cada fragmento, algo mais difícil de fazer no desenho. Na minha opinião, os valores formais, conceptuais e simbólicos de uma escultura em pedra são criados pela pedra escolhida e não o contrário, fazendo desta escolha o motor de todo o projecto. A pedra contém em si todo o caminho do meu processo e pensamento.
Além disso, procuro utilizar retalhos de pedra que sejam sobras ou excessos da indústria construtiva, ou que sejam descartados por “qualidade inferior” pela indústria de extração e transformação. Trabalhar desta forma significa que muitas das rochas que utilizo apresentam fracturas e, portanto, são demasiado frágeis para qualquer intervenção. Neste caso utilizo-as tal como as encontrei, no seu estado bruto, fazendo todas as qualidades da pedra o foco do projecto.
Desde o momento em que me cruzei com a escultura em pedra até agora, as minhas reflexões sobre ela permanecem inalteradas - talvez porque ainda esteja à procura da sua finalidade, ou talvez porque saiba que o seu fim pode ser simplesmente resumido neste material do qual me faço usar — a pedra. O que me resta é enfrentá-la, respeitá-la, compreendê-la e sintetizá-la. Trazê-la de volta à sua origem e encontrar as formas corretas de comunicar a sua totalidade.
Caso tenha interesse, por favor visite o meu portfólio e entre em contato para mais informações.